Mesa Redonda

2018


Evento que será realizado no dia 05/12/2018

O Laboratório da Linguagem e Processos Cognitivos e o PPGI convidam a todos para a mesa:

Rastreamento ocular e processamento da linguagem

Data: 05/12/2018
Horário: 14h00
Local: Sala 321 – CCE Prédio B

A técnica de rastreamento ocular e compreensão multimodal na leitura de gráficos

Profa. Dra. Erica dos Santos Rodrigues (PUC-RIO)

Gráficos são gêneros multimodais que apresentam uma estrutura particular (Kosslyn, 2006), cuja compreensão requer a ativação de conhecimentos específicos associados a esquemas gráficos – graph schemas (Pinker, 1990) e a integração entre informação linguística e visual (Acartürk, 2009; Acartürk; Habel, 2012; Rodrigues; Fragoso; Ribeiro, 2018).  Nesta palestra,  buscaremos mostrar como a técnica de rastreamento ocular (eye tracking) pode ser informativa sobre as estratégias de leitura e sobre o papel de fatores tanto bottom-up (elementos estruturais dos gráficos) quanto top-down (título) no processamento de gráficos.  Inicialmente, faremos uma breve apresentação da técnica e de suas potencialidades de uso nas pesquisas na área de Psicolinguística (Forster, 2017) e, num segundo momento, iremos ilustrar o seu emprego em estudos que vêm sendo conduzidos no âmbito de minhas pesquisas na investigação da leitura de gráficos.

Erica dos Santos Rodrigues é Doutora na área de Psicolinguística pela PUC-Rio (2006). Atua como professora do PPG em Estudos da Linguagem, do Departamento de Letras da PUC-Rio. Desenvolve pesquisas na interface entre Psicolinguística e Teoria Linguística, com foco em questões de processamento sintático e semântico, e na interface entre Psicolinguística e Educação, na investigação de processos de leitura e de escrita, em adultos e crianças, com emprego de técnicas de rastreamento ocular (eye tracking) e ferramentas de registro de movimentos de teclado (keystroke logging).  Integra a equipe de pesquisadores do LAPAL – Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem  (http://www.lapal.letras.puc-rio.br/) e do INCog – Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Neurociências e Cognição (CNPq) (http://incog.com.br/) e coordena a equipe de Leitura e Escrita do NOAP – Núcleo de Orientação e Atendimento Psicopedagógico (NOAP), PUC-Rio.

Construindo um modelo computacional psicologicamente realístico de interpretação de lacunas a partir de Insights de experimentos de rastreamento ocular

Prof. Dr. Eduardo Soares (UFSC)

Uma abordagem recente do processamento da linguagem estuda como modelar computacionalmente fenômenos linguísticos a partir de evidências experimentais encontradas na psicolinguística (Lewis 2006; Crocker 2012; Léwy 2015, entre outros). Nessa fala, vou revisar alguns experimentos de rastreamento ocular (majoritariamente em português), incluindo alguns dos meus próprios experimentos, que sugerem evidência para o processamento incremental da linguagem e sua modularidade. Por fim, vou apresentar alguns modelos de processamento que tentam capturar a ideia de incrementalidade de maneira formal e implementável computacionalmente (Crocker; Brants, 2000; Hale, 2003; Levy, 2008; Knoeferle; Crocker (2006), entre outros).

Eduardo Correa Soares é Doutor em linguística teórica, automática e experimental pela Université Sorbonne Paris Cité, com tese defendida na Université Paris VII — Denis Diderot (UP7/2017) e revalidada, no Brasil, pelo Programa de Pós-Graduação em Letra da Universidade Federal do Paraná (UFPR/2018).  É graduado em Licenciatura em Letras, com ênfase dupla em Português e Espanhol, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2010). É mestre em Letras/Linguística, com ênfase na área de ”Teoria e Análise Linguística”, pela mesma universidade (UFRGS/2013). Faz estágio pós-doutoral em psicolinguística na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/2018), no âmbito do PNPD/CAPES,  sob supervisão da Profa. Dra. Mailce Borges Mota. É membro do Laboratório da Linguagem e Processos Cognitivos (LabLing) e também professor substituto do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC. Atualmente, estuda fenômenos complexos da gramática, com ênfase em fenômenos de interface, sob a perspectiva psicolinguística e computacional. Entre os procedimentos metodológicos que utiliza destacam-se a pesquisa de corpus, os experimentos psicolinguísticos (questionários online, rastreamento ocular, eletroencefalografia) e modelos estatísticos.