Programa de Pós-Graduação em Inglês

O Programa de Pós-Graduação em Inglês tem a honra de convidar todos a participar da mesa redonda intitulada Pesquisas em Análise Crítica do Discurso que acontecerá na quarta-feira, 26 de junho.

Título: Análise Crítica do Discurso
Data: 26 de junho de 2019
Hora: 09h30
Local: Sala 311, 3º andar, Bloco B, CCE – UFSC
O evento contará com as seguintes apresentações:

Jéssica Soares Lopes (PPGI/UFSC)

Transitivity Analysis of Pickup Artist Discourse

Pick Up Artists or PUA – also known as the “seduction community” – are heterosexual male-identified individuals that claim to have methods of picking up women and produce content such as videos and books to teach men their strategies. The terminology used by PUA is indicative of a construction of reality in which sexual encounters are similar to hunting: men are predators and women are prey. PUA strategies include incitation to rape and emotional manipulation, which facilitates their interactions. Through an analysis of Transitivity based on Halliday’s (2014) framework of Systemic Functional Grammar, this presentation compares two texts, a fictional and a non-fictional PUA speech, to illustrate how choices of representation of meaning in clauses can give way to critical observation of these individuals’ ideological construction of gender roles and sexuality.

Luana Helena Uessler (PPGI/UFSC)

(Re)configurações discursivas na indústria de cosméticos acerca do cabelo afro

A indústria brasileira de cosméticos apresenta, nos últimos anos, uma reconfiguração discursiva sobre produtos para cabelos cacheados e crespos. Se, historicamente, cabelos fazem parte da construção identitária de pessoas negras, a reconfiguração discursiva acompanha um processo de aceitação capilar e identitário, demonstrando a apropriação, por meio da indústria, de discursos de resistência. Essa apresentação oral tem como objetivo analisar e expor os processos e as mudanças discursivas de marcas de cosméticos para cabelos afro.
Maria Luisa Baez (PPGI/UFSC)

ADPF 442: Discussing Abortion Discourses in the Brazilian Context

From 2010 to 2014, of almost 56 million induced abortions that occurred worldwide, it is estimated that 25 million of them were unsafe (Ganatra et. al, 2017). Moreover, the Ministry of Health (Brasil, 2010) has called attention to the fact that abortion represents a serious issue of public health, as it is one of the main reasons for maternal death. However, in Brazil, abortion is only provided by law in three cases: in rape cases, in pregnancies with anencephalic fetus or with risk of maternal death. Therefore, women who are not covered by the law subject themselves to morbidity and death in order to end an unplanned, ill-time or unwanted pregnancy. In this sense, Critical Discourse Analysis (CDA) enlightens the problems people face by particular forms of social life (Fairclough, 2010). Taking that into account, regarding their full citizenship status, women face different obstacles daily, because if women do not have full control of their reproductive rights, they do not have control of their autonomy. Considering that, the criminalization of abortion has been debated worldwide in courts. In Brazil, previous decisions by the Supreme Federal Court (Supremo Tribunal Federal -STF) have opened a path for deeper discussions on the decriminalization of abortion. In 2018, Ministry Rosa Weber evoked a public hearing regarding the Claim of Non-compliance with a Fundamental Precept 442/2017 (Arguição de Preceito Fundamental 442/2017 – ADPF 442), in which more than 50 participants, among institutions and organizations, presented their perspective on the theme. Brazilian legislation and politics are insufficient in managing the circumstances surrounding women’s sexual and reproductive rights, such as the situations which led women to have an abortion and its consequences. Therefore, depriving women from abortion is an attack to their full citizenship. Thus, the aim of this study is to investigate the discourses produced by the participants of ADPF 442 in relation to women’s sexual and reproductive rights and how it affects women’s full citizenship.

Pedro Rieger (UFAL)

Utopia Queer: Masculinidades em foco

O objetivo deste estudo é investigar as narrativas identitárias criadas em um aplicativo online para encontros por homens que se relacionam com outros homens. Esta investigação objetiva apontar quais recursos semióticos e discursivos estes atores sociais utilizam ao representar suas identidades online. Partindo do entendimento de que o Queer é uma utopia (MUÑOZ, 2009), neste estudo recorro a categorias interpretativas e analíticas da Linguística Sistêmico Funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014) e da Análise Crítica do Discurso (VAN LEEUWEN, 2008; FAIRCLOUGH, 2010) a fim de analisar a que elementos os atores sociais produtores destas narrativas dão prominência ao representar suas identidades. A análise revela que mesmo entre homens não heterossexuais, ocorre a construção de uma política identitária homofóbica, misógina e macho-centrada como estratégia de legitimação de uma identidade socialmente aceita entre homens que se relacionam com outros homens. Deste modo, demonstra que o Queer, ainda que uma possibilidade ideal, não é uma realidade possível para estes homens. Os produtores destas narrativas recorrem ao uso de frases imperativas combinadas ou não com advérbios pré-modificadores negativos e processos relacionais de “ser”, como por exemplo, “seja discreto” e “não seja afeminado” ou “não sou afeminado”, além de processos mentais relacionados ao desejo, como “não curto assumidos/afeminados”, projetando a si e ao outro como sujeitos desejáveis apenas se representados dentro de ideais heterossexistas de masculinidade. Os produtores destas narrativas aparecem também despersonalizados, representados por seus corpos sem um rosto que os identifique. Adicionalmente, recorrem a símbolos (como o de “proibido”) associados a identidades Queer. Deste modo, a análise revela que os atores sociais envolvidos na produção destas narrativas optam pela adoção de um discurso que oprime e marginaliza o Queer, distanciando-o de suas realidades como forma de legitimar sua aceitação e seu poder em relação a identidades masculinas não hegemônicas. Como resultado, produzem um efeito de não pertencimento e toxicidade apontado por Muñoz (2009), restringindo a possibilidade de experienciar o gênero, a sexualidade e o desejo de forma livre.

Contamos com a presença de todos!